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Sala dos Professores

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Parangolés motivam alunos a refletir sobre arte e vida

No sábado (14), o dia das mães foi comemorado na Escola Estadual de Ensino Fundamental Daltro Filho, na Capital. Para recepcionar famílias e estudantes, o saguão da escola apresentava trabalhos realizados por alunos da 8ª série na disciplina de Artes. Os “parangolés” criados por grupos de alunos são resultado da reflexão dos estudantes em relação a si mesmos e ao que significa a passagem do ensino fundamental para o ensino médio. O meio, os parangolés, lembra os conteúdos absorvidos em sala de aula: o conhecimento sobre o Tropicalismo e a arte de Hélio Oiticica, artista plástico carioca criador dos parangolés em pano, nos anos 60.

“Nossa ideia é fazer uma releitura da obra de Helio Oiticica e promover o debate dos estudantes com suas famílias, levá-los a refletir sobre suas vidas e integrá-los à comunidade escolar”, resume a professora Fernanda Bignetti, idealizadora do projeto. Assim, os parangolés, criados originalmente em pano e que com o tempo evoluíram para os painéis usados por ‘homens-sanduíche’, muito comuns nos centros das cidades para anunciar produtos ou serviços, tornaram-se um meio de expressão. O ponto de partida para a criação dos parangolés foi a reflexão. Os alunos deveriam utilizar produtos que estão presentes na vida de cada um; as mensagens, refletir o significado da passagem do Ensino Fundamental para o Ensino Médio. Além disso, o trabalho promoveu a discussão dos alunos com suas famílias. Além de criar os cartazes, os grupos, ao apresentar os trabalhos, deveriam expor acessórios dos nãos 60 e início dos 70.

Depois de criados em sala de aula, os trabalhos foram expostos no saguão de entrada do prédio. Os alunos-criadores explicaram aos meninos e meninas - do jardim B ao 5º ano – o significado do trabalho. “Acredito na reflexão, própria e coletiva, como ferramenta para diminuir o individualismo e fomentar o diálogo com as famílias”, frisa Fernanda. Se os parangolés de Hélio Oiticica são exemplo de diálogo da arte e cultura com a ditadura, os parangolés dos alunos do Daltro Filho demonstram a disposição dos estudantes em conviver com os colegas, em expor seus sentimentos e certezas e ilustram um pouco mais quem são e o que pensam. As meninas usaram esmalte nas colagens; os meninos, desodorante”, exemplifica Fernanda, frisando que os trabalhos ainda serão motivo de reflexão em sala de aula. “Acompanhar o processo de criação é uma forma de acompanhar o desenvolvimento deles como sujeitos. Este é um privilégio”, resume a professora, na manhã de sábado, esperando pela chegada das mães para a comemoração das famílias na escola.

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO - 16/05/2011

http://www.educacao.rs.gov.br/pse/html/noticias_det.jsp?PAG=9&ID=6462

 

 

Crença na escola pública mobiliza professora a ensinar

No bairro Auxiliadora, em Porto Alegre, há dois anos os alunos de 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental da Escola Estadual Daltro Filho têm ampliado a consciência corporal, a autoestima, o conhecimento de mundo e das artes por meio do aprendizado da dança. Em 19 de agosto, quando a cortina do palco do Teatro do Ciee, na Capital, se abrir e os acordes começarem a tocar, o palco vai abrigar mais do que os passos de danças típicas. Cada acorde, cada passo, cada cochicho na coxia trará consigo o cotidiano dos alunos com a professora de Artes Fernanda, idealizadora do projeto “Se ela dança, eu danço” da escola Daltro Filho.

Fernanda Oliveira Bignetti é uma entusiasta do ensino e da educação públicos. “Acredito em escola e faculdade públicas com ensino de qualidade; é a minha escola; agora, é minha hora de retribuir tudo que recebi”, diz ela sorrindo, explicando o porquê do entusiasmo pelo projeto.

Fernanda estudou em escola pública a vida inteira. Em 2003, ingressou na segunda turma do curso de Dança da UERGS, no Campus Montenegro. Formada em 2007, optou por fazer pós-graduação em Pedagogia da Arte, na UFRGS. Seu trabalho cotidiano tem como concepção a escola pública. Foi na Daltro Filho que a professora “deu os primeiros passos” em sala de aula. Literalmente. Foi ali, em 2008, que nasceu o projeto de agregar as danças típicas ao calendário anual da escola, que inclui a Feira das Nações – evento que mobiliza a comunidade escolar por meses e culmina no que a diretora Ângela Gazzana chama de “um dia em que a escola vira uma grande feira”, com portas abertas para pais, alunos, professores, amigos. A Feira das Nações expõe os estudos dos alunos sobre diferentes países há cinco anos. Há dois, a professora Fernanda acrescentou as danças típicas ao evento escolar. Junto à ideia veio a mobilização e o entusiasmo dos alunos.

As apresentações são um sucesso. Tanto, que em agosto próximo todos os estudantes que participam do projeto estarão no palco do Ciee. Diferentemente de anos anteriores, em 2011 a apresentação contará com representação dos estudantes menores, do 1º ao 4º anos, fazendo com que os cerca de 500 alunos da escola estejam representados. Para quem pensa que a dança é uma brincadeira, Fernanda responde com precisão: com as danças típicas, chegamos ao folclore, que nos aproxima da nossa própria história. “Retratando o folclore o Brasil também se engrandece”, resume a entusiasta professora, lembrando que aos 13 anos ela mesma começou a dançar o folclore português, o que fez até os 22 anos, quando começou a faculdade de dança. “Sou apaixonada pelo que faço, sou eu, de alma e coração. É um prazer vir pra cá, trabalhar, trabalhar e trabalhar”, enfatiza.

Mas Fernanda não se restringe ao trabalho com a dança. A professora de Artes também estimula os alunos a refletir e expressar o que sentem e pensam por meio de outras formas artísticas, incluindo a escrita. Com alunos das 5ª, 6ª e 7ª séries, ela trabalha conceitos da dança, da música, do teatro e das artes visuais. Com os da oitava, dança, música, artes visuais, publicidade e cinema. Neste trabalho, vivido na disciplina de História das Artes, Fernanda procura aproximar os ensinamentos da vida dos alunos. “A educação é mais do que repassar conhecimento; ela é importante para desenvolvimento desses seres humanos”. Em poucas semanas, os alunos da 8ª série vão expor o que têm trabalhado em relação a um dos movimentos mais instigantes da música e arte brasileiras do século XX, que foi o Tropicalismo. Pelo saguão da escola desfilarão outras ideias das aulas: os parangolés construídos pelos alunos a partir de elementos significantes de suas vidas. “Um deles, em 2010, cobriu um parangolé inteiro com embalagem de um chocolatinho”, diz Fernanda, rindo e lembrando o “menino-sanduíche” coberto pelo papel do chocolate.

Mas Fernanda, que tanto ri, também se emociona diante de palavras. “Imperfeito” é o nome do texto da aluna da 6ª série, escrito em reflexão sobre o Dia da Educação, celebrado nesta quinta-feira, 28 de abril. Diz Eduarda Bochi: “Meu mundo é apenas um mundo, com críticas, mentiras, felicidade, dor, mistério, crueldade, etc. Meu mundo nunca em ipótese alguma seria perfeito! Se fossemos perfeitos não poderíamos errar, então não saberíamos concertar tentar outra vez, arriscar, etc. (...) Não quero um mundo perfeito (...) meu mundo se resume à uma palavra: IMPERFEITO. P.S.: os erros também fazem a redação imperfeita”. Fernanda ressalta que os termos em itálico foram grafados desta forma pela aluna, e não pela professora, ou pela diretora, para salientar o erro. A iniciativa foi da estudante. “A educação é parte do desenvolvimento humano; queremos contribuir com nossos alunos, é nisso que acredito”, destaca a professora.

 

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO - 28/04/2011

 

http://www.educacao.rs.gov.br/pse/html/noticias_det.jsp?ID=6339

 

O QUE QUEREMOS NESTE NOVO ANO LETIVO?

Acredito que todos os gestores e educadores almejam uma escola melhor, com maior qualidade de ensino e de aprendizagem e com estrutura para que realmente possamos atingir as metas programadas. Claro que muitas coisas mão dependem unicamente de nós, simples professores, mas de um sistema e de um programa de governo que dê prioridade para a Educação.

Hoje o grande desafio é transformar a escola em espaço aberto à troca, experiências e práticas de democracia. Escola e professores devem manter-se atualizados com práticas educativas. E, para se atingir esse objetvo, é fundamental a escola construir e desenvolver ser Projeto Política Pedagógico ou Proposta Pedagógica ( se o nome varia, o sentifo desse trabalho é o mesmo - definir a "a cara da escola"), onde todos os envolvidos discutam, elaborem, proponham, comprometam-se e decidam sobre o trabalho educacional, para assim delinearem uma escola com qualidade. Estamos no caminho certo.

Pois, no momento em que se discute os baixos índicer de desempenho dos educadores, estamos buscando a maneira ideal de como fazer uma boa escola, uma escola onde nossos alunos realmente aprendam. Estamos buscando uma gestão eficiente e zelosa, capaz de tornar um espaço disciplinado, organizado e agradavel. Estamos definindo a nossa identidade. Mas estamos procurando.

Docentes qualificado, valorizados, reconhecidos e incentivados pela carreira escolhida, sendo dignamente remunerados. Procuramos famílias que não deixam com a escola a responsabilidade pela educação quase que completa de seus filhos; famílias que saibam dizer um não na hora certa e que não usem com total frequencia um sim, pois hoje o que temos muito nas nossas escolas são alunos desrespeitosos, sem limites e mal-educados. Procuramos famílias que se interessem pela vida de seus filhos na escola, que participem das reuniões, palestras e demais atividades propostas. Procuramos famílias que fiquem atentas ao desenvolvimento escolar do seu filho.

Procuramos também alunos interessados, motivados, respeitosos, que tenham expectativas em relação à vida estudantil, que sejam questionadores, que façam o professor ter prazer em ministrar sua aula e a buscar cada vez mais novas informações. Procuramos alunos que cumpram suas tarefas e obedeçam às regras da escola, que preservem e cuidem do patrimônio escolar. Isso é o que queremos nesse ano letivo. E não é isso que todo o professor procura?

Como já disseantes, estamos no caminho certo porque queremos que nossas escolas sejam portadoras de um ambiente que proporcione muitas possibilidades para a aprendizagem acontecer, permitindo a todo o educando o acesso ao conhecimento, fazendo com que a relação estabelecida entre os estudantes e o que a eles é oferecido, desenvolvendo cada vez mais projetos e práticas que envolvam nossos alunos coletivamente. E nossos alunos e seus familiares estão fazendo a parte que lhes cabem?

Laire Freire Xavier, uma professora.  Zero Hora, 25 de fevereiro 2009.